quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
Feliz Natal
Olá, natalino, para os meus amigos! Hoje o mundo cristão está celebrando mais um Natal. Embora não saibamos o dia exato do nascimento de Cristo, o mais importante é celebrarmos o fato de que Jesus veio a esse mundo em forma de um inofensivo bebê. A data é irrelevante para nós.
É possível que eu esteja falando para alguém que talvez não tenha o que
comemorar. De fato, este foi um ano muito difícil com muitas perdas
principalmente por causa da pandemia muitos perderam amigos e entes queridos
para a covid-19.
Além disso existem milhares de pessoas como eu que sofrem de doenças
degenerativas como a esclerose lateral amiotrófica (ELA). No início deste ano
eu ainda conseguia caminhar com auxílio de um andador, mas hoje eu estou numa
cadeira de rodas e não consigo mais me levantar sem ajuda de outras pessoas.
Acredito que cada um de nós passou por momentos difíceis, mas esta é a
hora de fazermos uma reflexão e tirarmos algumas lições para nossa vida. Afinal
de contas esta pandemia, assim como os outros tipos de crise, irá passar, mas a
questão é como estaremos no final?
Seremos pessoas melhores ou piores? Recentemente eu ouvi na internet uma
música do pastor Lucas cujo título é ostras feridas. Ele diz que ostras felizes
não fazem joias, só quando feridas enfeitam a história.
Portanto as crises passarão, mas outras virão e o sofrimento continuará fazendo parte na nossa experiência, mas para os que tem fé e esperança é incrível como Deus é capaz de transformar as tragédias da vida em alguma coisa boa.
Dois anos atrás quando eu fui diagnosticado com ELA, a minha irmã adotou
um cachorro que estava para ser sacrificado. Ela sentiu pena do pobre
animalzinho e o levou para casa. Pouco tempo depois o cachorro mordeu o rosto
dela e ela teve que ir a uma médica para fazer um procedimento cirúrgico.
Enquanto fazia o procedimento ela conversou com a médica sobre a minha
doença. A médica disse que o seu esposo estava tratando pacientes com doenças
degenerativas utilizando um novo medicamento. A minha irmã entrou em contato
com ele e intercedeu por mim.
Essa semana no dia 22 de dezembro eu comecei a fazer este tratamento. Eu
estou otimista, mas cauteloso, pois eu não quero me frustrar caso o medicamento
não tenha o efeito desejado.
É assim que Deus trabalha na vida dos seus filhos. Quando as portas se
fecham Ele abre uma janelinha para continuarmos a ter esperança. Neste Natal eu
quero convidar você a olhar para os dias que estão a frente com otimismo e
esperança pois tudo nesta vida passa. Um feliz Natal para todos e cuidem-se,
pois a vida é preciosa, demais.
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Onicomicose
Essa infecção por fungos, geralmente, é causada pelos
seguintes fungos: T.rubrun, T.mentagrophytes, Candida albicans e entre outros. Inicia-se
com pequenas manchas brancas sobre a unha ou debaixo dela. À medida que
progride, as unhas ficam opacas, grossas e deformadas.
Onicomicose no início
O tratamento é feito com antifúngicos sistêmicos (para tomar) e tópicos (colocar sobre a lesão). É importante também fazer assepsia do local, constantemente. E retirar através de lixamento o excesso de fungos sobre a unha. Não tudo de uma vez, porque pode machucar complicando mais a ainda a situação.
Atualmente existe um tratamento de auto frequência que
é feito com esse equipamento abaixo. Não sente dor e em algumas sessões os fungos morrem.
Caso persista a infecção é melhor procurar um dermatologista, pois os fungos podem migrar para outras partes do corpo como por exemplo para os pelos pubianos e assim desenvolver outros problemas.
O importante quando estiver com onicomicose é tratar
rapidamente, pois os fungos são decompositores e se alimentam das suas unhas
quando elas estão infectadas. E é muito esquisito saber que estamos sendo
comidos vivos. Kkkkkkkk...Até quinta com Ela e Demais doenças. E se cuidem,
viu?
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
ELA X Acessibilidade
Quando passei alguns dias na casa do meu irmão, Welligton
Silva, portador da esclerose lateral amiotrófica, pude acompanhar de perto sua
rotina. Essa doença é realmente cruel, mas fiquei feliz em ver o quanto está
sendo importante o local onde ele mora.
Pois, quando você mora em um local onde as vias de trânsito
são bem revestidas, sejam elas de calçamento ou de asfalto, quando os passeios
são bem acabados e bem nivelados, quando há rampas de acesso dando ao
cadeirante a possibilidade tanto de ter a acesso as vias de trânsito quanto aos
imóveis isso proporciona ao mesmo
qualidade de vida.
É importante que as pessoas que têm alguma deficiência
ou dificuldade na mobilidade conheçam a
lei LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 que estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de
obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e
reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.
Uma vez cientes dessa lei e caso não seja uma realidade em suas vidas, possam reivindicar por esse direito de acessibilidade que, certamente, lhes proporcionará melhor qualidade
de vida e condições para enfrentar a doença. Até quinta com ELA e Demais
doenças. E se cuidem!
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Olá, amigos e amigas de Quintal com ELA e Demais doenças! Hoje vamos falar um pouco mais sobre doenças falciformes destacando a importância do aconselhamento genético para os pacientes e seus familiares.
No próximo dia 27 será o dia de conscientização da
sociedade sobre os direitos das pessoas com doenças falciformes. Existem vários
documentos do Ministério da Saúde que estabelecem protocolos de tratamento para
os pacientes desde atenção básica até alta complexidade. Juntos esses
documentos configuram a política de saúde pública do programa nacional de
doenças falciformes.
Trata-se de um capítulo dentro da política nacional de
saúde da população negra fruto da conquista do movimento negro no Brasil desde
a década de 1990. Um dos serviços que deve ser oferecido está o aconselhamento
genético para os pacientes com doenças falciformes e seus familiares.
O aconselhamento genético é um conjunto de
procedimentos que visa esclarecer sobre a doença e seus sintomas, diagnóstico,
tratamentos e mecanismos de herança. Trata-se, portanto de um trabalho
desenvolvido por uma equipe multidisciplinar que visa cuidar das famílias nos
mais diferentes aspectos da doença.
Eu trabalhei durante os últimos 20 anos realizando o
diagnóstico e o aconselhamento genético para as famílias do recôncavo baiano.
Neste trabalho eu procurava esclarecer para as famílias o risco de recorrência,
ou seja, qual a probabilidade de nascer um outro filho com anemia falciforme.
Para uma pessoa nascer com doença falciforme, ela tem
que receber a mutação da HBS do pai e da mãe. Para casais portadores do traço
existe um risco de 25% de ter um filho com anemia falciforme em cada gestação.
Essa informação é muito importante e deve ser passado para as famílias da
maneira mais clara e simples.
Mas atenção, o aconselhamento genético deve ser
realizado de forma não diretiva. Isto significa que os pais não devem ser
coagidos a não terem filhos. O direito, mais sagrado de um casal é o da
reprodução e isso deve ser respeitado. O foco deve estar no tratamento e não na
prevenção pois nenhuma pessoa deve ser discriminada por apresentar uma MUTAÇÃO
GENÉTICA.
Estas informações são extremamente importantes para
garantir os direitos de uma pessoa com doença falciforme e suas respectivas
famílias. E lembre-se o conhecimento é a maior arma na luta contra a
discriminação seja ela qual for. Se você conhece alguém com anemia falciforme
compartilhe essas informações. Até a próxima quinta com ela e outras doenças. E se cuidem!
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cuidadores de
pacientes com ELA
Oi, amigos e amigas de Quinta com ELA e Demais doenças! Vocês já cuidaram de alguém enfermo? Há uma semana eu, minha mãe e meu irmão Winston temos cuidado do meu irmão Wellington portador da esclerose lateral amiotrófica, doença mais conhecida como ELA.
Dois anos
atrás meu irmão foi diagnosticado com essa doença, mas sem que ele soubesse,
dois anos antes ele já vinha sentindo os sintomas, mas achava que era problemas
musculares corriqueiros. Jamais passou por sua mente que se tratava de uma
doença rara, degenerativa e progressiva.
A Esclerose Lateral
Amiotrófica é uma doença que afeta o Sistema Nervoso Central comprometendo os
neurônios motores periféricos, responsáveis pelo movimento, respiração e fala.
Devido ao excesso de estímulos que se dá por meio das sinapses, esses nervos
entram em um estado de exaustão levando a sua morte.
Hoje, meu
irmão tem dificuldades em andar e de levantar os braços, comprometendo assim, realizar
sozinho tarefas simples como se alimentar, tomar banho e higienização pessoal.
Sendo necessário ter um cuidador a sua disposição durante o dia.
Sem falar que
as pessoas que estão mais próximas do portador da ELA como cônjuges e filhos,
precisam, também, de tempo para descansar ou resolver outras demandas, necessitando,
portanto, de mais pessoas para ajudar. E é por isso, que viemos ajudar.
IDONEIDADE
É fundamental
que o cuidador seja honesto, saiba zelar pelos bens do doente e de sua família.
Sem falar, do cumprimento dos dias de trabalho e horário de chegada e saída. O
cuidador não pode ser enrolado, se é que me faço ser entendida.
CONHECIMENTO
BÁSICO
Ter
conhecimento da doença faz do cuidador mais preparado para cuidar melhor do
paciente e se ele for interessado em pesquisar mais sobre a doença, melhor
ainda, pois poderá encontrar informações importantes que dará ao portador uma
melhor qualidade de vida ou quem sabe, poderá encontrar a cura.
ATITUDE EM
TOMAR DECISÕES
A
característica anterior liga-se a esta, pois ao ter uma base dos sintomas da
doença, o cuidador poderá tomar decisões importantes. Decisões estas de
informar aos familiares sintomas e situações que contribuem para o agravamento
da enfermidade. Ou até mesmo dar os primeiros socorros.
PACIÊNCIA
Cada um tem a
sua dor e ela não pode ser padronizada ou medida. Por isso, o cuidador não pode
se atrever em pensar que o paciente está exagerando ao gemer, gritar, chorar ou
praguejar. É melhor compreender a sua dor. E se, possível, se manter em
silêncio.
CUIDAR DE SI
MESMO
Super homem
ou super mulher só nos filmes. O cuidador também precisa de descanso, exercitar
o corpo, tomar sol e espairecer a mente. Caso, contrário, adoecerá junto com o
paciente.
Algo
importante que o cuidador deve ter é ATENÇÃO na rotina do portador da ELA, não
esquecendo da hora da medicação; banho; alimentação; fisioterapia e
individualidade.
Destaco a
última sendo também muito importante, pois há momentos em que o paciente quer
ficar sozinho, fazendo o que gosta. Dependendo do grau da doença, o cuidador poderá
deixar o paciente da ELA em uma situação confortável, mantendo-se uma certa
distância, mas sem perde-lo de vista e atento a seu chamado.
Estimular
passeios também é muito bom, mas no contexto em que vivemos, devido a pandemia
da Covid-19, é melhor evitar exposição ao vírus. Já que a ELA compromete a
musculatura dos pulmões.
O tempo em
que cuidei do meu irmão junto com minha mãe e meu irmão Winston podemos ver o
quanto é importante um cuidador. E o quanto é importante para o paciente ter
seus familiares perto dele nesse momento tão difícil e dramático.
Se você está doente e se realmente precisa de um cuidador ou cuidadora não hesite em solicitar. Até quinta com ELA e Demais doenças. E se cuidem.
https://www.facebook.com/prefeiturademage/videos/578641119426155
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Princípios de vida saudável com a ELA
Oi, amigos e amigas! Vamos a mensagem de hoje. Vocês
se esforçam para terem uma vida saudável? Pois bem, sempre fiz isso ao longo da
minha vida. Sempre procurei ter um estilo de vida saudável, me alimentado bem,
exercitando o meu corpo e me abdiquei de substancias prejudiciais. Penso que, se
tivesse tido uma vida irregular, hoje, o meu corpo estaria muito mais fragilizado
para lidar com a esclerose lateral amiotrófica.
Há poucos dias fui convidado para contar o meu testemunho para um grupo de alunos e foi maravilhoso perceber que ainda podemos ser espetáculos dignos de admiração por aqueles que nos observam. E assim podemos viver bem enquanto vivemos com ELA ou qualquer outra doença, qualquer perda ou qualquer sofrimento que a vida nos trouxer.
Por isso, neste momento, gostaria de compartilhar com vocês o link abaixo de uma aula que eu dei sobre princípios de vida saudável e aproveitei também para dar o meu testemunho pessoal convivendo com uma doença degenerativa (esclerose lateral amiotrófica – ELA), há pelo menos, quatro anos. Vamos lá? Até quinta com ELA e Demais doenças. E se cuidem, viu?