Olá amigos e amigas de Quinta com ELA e Demais doenças! Sempre que uma doença como a Esclerose Lateral Amiotrófica - ELA vem de encontro a nós como um caminhão descontrolado, ela destrói os nossos sonhos e nos deixa desesperados. Somente quem passa por uma experiência dessa sabe como é difícil juntar os cacos e se reerguer para seguir em frente.
Foi assim que me senti
quando recebi o diagnóstico da ELA há dois anos. Mesmo para uma pessoa
otimista, encontrar um propósito para a vida depois de uma experiência
traumática, constitui-se num enorme desafio. Mas graças a família, aos amigos,
vários profissionais e principalmente, graças a Deus está sendo possível enfrentar esta guerra.
Quando a pandemia do novo
coronavírus chegou no início deste ano, eu já estava vivendo, de certa forma,
em isolamento social. Entretanto, a internet e os aplicativos que possibilitam
reuniões online ajudaram a aproximar as pessoas e eu passei a receber vários
convites para compartilhar um pouco do meu conhecimento com os jovens.
Recuperei a vontade de continuar com a atividade intelectual que tinha antes. Apesar das limitações, consigo encontrar o prazer de viver e desfrutar “pequenas coisas” como respirar, deglutir e falar. Estou escrevendo isto para dizer que é possível trilhar um caminho diferente daquele da depressão e da antecipação da morte. Assistir bons programas e filmes especialmente cercado de boas companhias tem sido um dos meus passatempos favoritos.
Ler um bom livro também ajuda.
Aproveito para recomendar um que estou lendo, “Em Busca de Sentido” de Viktor
Frankl, um psiquiatra que viveu em campos de concentração durante a Segunda
Guerra Mundial e pai da logoterapia. A experiência dele tem me ajudado a ver o
quanto a minha própria experiência é suportável.
Eu tenho ELA e a cada dia perco meus movimentos, mas tenho lutado e dado um novo significado a minha vida. E vocês? Têm enfrentado experiências limitadoras? Então, aprendam a dar um novo significado as suas vidas. Até Quinta com ELA e Demais doenças! E se cuidem, viu?