quinta-feira, 30 de maio de 2019


Nutrição, dieta cetogênica e ácido glutâmico  


Olá, amigos! Hoje quinta com ELA falará sobre nutrição. A preocupação com a nutrição do portador da esclerose lateral amiotrófica é algo fundamental, já que o alimento é o meio de obtenção de energia do corpo e as alterações de composição corporal têm implicações diretas no tempo de evolução da doença.  

Existem estudos que associam a perda de peso, redução do índice de massa corporal (IMC) e de massa muscular com a menor sobrevida nos pacientes da ELA. Só para ter uma ideia a diminuição de 10% do peso corporal aumentaria em 45% o risco de óbito.

Por isso, que a avaliação nutricional regular e intervenção nutricional são indispensáveis para o tratamento do paciente com ELA e que deve ocorrer em três em três meses.

A dieta orientada do portador da ELA devem incluir: maior fracionamento, evitando períodos de jejum prolongado, dieta hipercalórica, hiperproteica, norma a hiperlipídica, rica em fibras, com adequada oferta de água e de consistência ideal devido a disfagia, dificuldade em engolir.

A ingestão de proteínas é muito importante para o portador da ELA, lembrando que amiotrófica significa atrofia dos músculos, e como os músculos possuem maior concentração de proteínas estruturais, que sua ingestão deve ser priorizada, cerca de 70% da ingestão total de proteína do dia.

É importante informar que não é qualquer proteína, a proteína de suplemento alimentar, módulo de proteínas com finalidades esportivas é contraindicado no tratamento nutricional da ELA. Pois seus aminoácidos são precursores do glutamato que causa a excitatoxidade dos neurônios, acelerando a evolução da doença.

Uma outra orientação importante na nutrição do portador da ELA é a ingestão de gordura. Achados evidenciam que a dislipidemia, aumento de colesterol ruim (LDL), exerce um fator protetor para a evolução da doença em mais de 12 meses na sobrevida destes doentes. Desse modo, tratamentos sugeridos no controle dislipidêmico, incluindo medidas dietéticas, podem interferir negativamente na progressão da doença.

Meu irmão, Wellington Silva, portador da esclerose lateral amiotrófica, Logo após o seu diagnóstico teve uma baixa no peso, em virtude da tristeza, um pouco de depressão que enfrentou. 

Por sinal, as causas da baixa do peso do portador da ELA são múltiplas que incluem: ingestão inadequada de nutrientes principalmente pelo quadro de disfagia (dificuldade em engolir), inapetência (ausência de apetite), dificuldade de auto-alimentação, depressão e hipermetabolismo (aumento do gás energético e das necessidades calóricas). E as implicações diretas no tempo de evolução da doença.


Hoje o peso do meu irmão está sobre controle, segue direitinho as orientações da sua nutricionista. Optou em seguir um tipo de dieta denominada de cetogênica, que é uma dieta terapêutica cuja composição é rica em lipídeos, moderada em proteínas e pobre em carboidratos.

A introdução da dieta cetogênica requer uma abordagem multidisciplinar. É usada no tratamento clínico da epilepsia, por provocar uma diminuição da excitabilidade neuronal, gravem estas duas palavras. Os os alimentos consumidos nesta dieta são: carne bovina, suína, aves, peixes, ovos, queijos, abacates, azeite de oliva, óleo de coco, vegetais sem amido, como saladas verdes, feijão, couve e brócolis.

Quanto o consumo de carne e derivados do leite da vaca, meu irmão optou em se abster. E, também, inseriu em sua dieta suplementação de proteína vegetal. Tais cuidados na alimentação não trarão a cura da ELA, até que prove o contrário a longo prazo, mas proporcionarão uma certa qualidade de vida aos portadores.

Mas uma coisa é certa, como ainda não é conhecido a real causa da esclerose lateral amiotrófica, mas baseando-se em uma explicação mais divulgada, que é a da excitatoxicidade, onde a concentração excessiva do glutamato, neurotransmissor excitatório, leva a morte dos neurônios motores,  diante dessa situação de patologia do glutamato, o certo não seria evitar os alimentos ricos de glutamato? E quais seriam esses alimentos?

Encontrei um site que diz que tais alimentos a seguir são ricos em ácidos glutâmicos. Eles são de origem animal e vegetal. Vejamos:

  • Ovo;
  • Leite;
  • Queijo;
  • Peixe;
  • Iogurte;
  • Carne;
  • Abóbora;
  • Agrião;
  • Mandioca;
  • Alho;
  • Alface;
  • Batata inglesa;
  • Aspargo;
  • Brócolis;
  • Beterraba;
  • Berinjela;
  • Cenoura;
  • Quiabo;
  • Vagem;
  • Castanha-de-caju;
  • Castanha-do-pará;
  • Amêndoas;
  • Amendoim;
  • Aveia;
  • Feijão;
  • Ervilha;
O que não entendo é que o ácido glutâmico (glutamato), encontrado nestes alimentos, é um aminoácido importante para o bom funcionamento do cérebro, e fundamental para originar outras substâncias essenciais e fundamental para o processo de formação do músculo.

Então, como não desprezar sua importância para o bom funcionamento do corpo e ao mesmo tempo relacioná-los com a situação de patologia do glutamato? Fiquei confusa. E aí o que vocês acham? Se eu encontrar a resposta falarei para vocês. Mas se encontrarem primeiro me avisem. Até quinta com ela.

Fontes:

      Oda, Adriana Leico, et al. Livreto Informativo ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica.
Atualização 2018. São Paulo, 2018. 90 p.

Entenda a diferença entre ácido glutâmico (glutamato) e glutamato monossódico.Disponível em:http://www.portalumami.com.br/2013/01/entenda-a-diferenca-entre-acido-glutamico-glutamato-e-glutamato-monossodico-2/. Acesso: 29 de mai. 2019.