Nutrição, dieta cetogênica e ácido glutâmico
Olá, amigos! Hoje quinta com ELA falará sobre nutrição.
A preocupação com a nutrição do portador da esclerose lateral amiotrófica é
algo fundamental, já que o alimento é o meio de obtenção de energia do corpo e
as alterações de composição corporal têm implicações diretas no tempo de evolução
da doença.
Existem estudos que associam a perda de peso,
redução do índice de massa corporal (IMC) e de massa muscular com a menor
sobrevida nos pacientes da ELA. Só para ter uma ideia a diminuição de 10% do
peso corporal aumentaria em 45% o risco de óbito.
Por isso,
que a avaliação nutricional regular e intervenção nutricional são indispensáveis
para o tratamento do paciente com ELA e que deve ocorrer em três em três meses.
A dieta
orientada do portador da ELA devem incluir: maior fracionamento, evitando
períodos de jejum prolongado, dieta hipercalórica, hiperproteica, norma a
hiperlipídica, rica em fibras, com adequada oferta de água e de consistência
ideal devido a disfagia, dificuldade em engolir.
A ingestão
de proteínas é muito importante para o portador da ELA, lembrando que amiotrófica
significa atrofia dos músculos, e como os músculos possuem maior concentração
de proteínas estruturais, que sua ingestão deve ser priorizada, cerca de 70% da
ingestão total de proteína do dia.
É importante
informar que não é qualquer proteína, a proteína de suplemento alimentar, módulo
de proteínas com finalidades esportivas é contraindicado no tratamento
nutricional da ELA. Pois seus aminoácidos são precursores do glutamato que
causa a excitatoxidade dos neurônios, acelerando a evolução da doença.
Uma outra
orientação importante na nutrição do portador da ELA é a ingestão de gordura. Achados
evidenciam que a dislipidemia, aumento de colesterol ruim (LDL), exerce um
fator protetor para a evolução da doença em mais de 12 meses na sobrevida
destes doentes. Desse modo, tratamentos sugeridos
no controle dislipidêmico, incluindo medidas dietéticas, podem interferir
negativamente na progressão da doença.
Meu irmão, Wellington Silva, portador da esclerose lateral
amiotrófica, Logo após o seu diagnóstico teve uma baixa no peso, em virtude da tristeza, um pouco de depressão que enfrentou.
Por sinal, as causas da baixa do peso do portador da ELA são múltiplas que incluem: ingestão inadequada de nutrientes principalmente pelo quadro de disfagia (dificuldade em engolir), inapetência (ausência de apetite), dificuldade de auto-alimentação, depressão e hipermetabolismo (aumento do gás energético e das necessidades calóricas). E as implicações diretas no tempo de evolução da doença.
Hoje o peso do meu irmão está sobre controle, segue direitinho as orientações da sua nutricionista. Optou em
seguir um tipo de dieta denominada de cetogênica, que é uma dieta terapêutica
cuja composição é rica em lipídeos, moderada em proteínas e pobre em
carboidratos.
A introdução da dieta cetogênica requer uma
abordagem multidisciplinar. É usada no tratamento clínico da epilepsia, por
provocar uma diminuição da excitabilidade neuronal, gravem estas duas palavras. Os os alimentos consumidos nesta dieta são: carne bovina, suína, aves, peixes, ovos, queijos, abacates, azeite de
oliva, óleo de coco, vegetais sem amido, como saladas verdes, feijão, couve e
brócolis.
Quanto o consumo de carne e derivados do leite da vaca, meu irmão optou em se abster. E, também, inseriu em sua dieta suplementação
de proteína vegetal. Tais cuidados na alimentação não trarão a cura da ELA, até
que prove o contrário a longo prazo, mas proporcionarão uma certa qualidade
de vida aos portadores.
Mas uma coisa é certa, como ainda não é conhecido a
real causa da esclerose lateral amiotrófica, mas baseando-se em uma explicação mais
divulgada, que é a da excitatoxicidade, onde a concentração excessiva do glutamato,
neurotransmissor excitatório, leva a morte dos neurônios motores, diante dessa situação
de patologia do glutamato, o certo não seria evitar os alimentos ricos de
glutamato? E quais seriam esses alimentos?
Encontrei um site que diz que tais alimentos a
seguir são ricos em ácidos glutâmicos. Eles são de origem animal e vegetal. Vejamos:
- Ovo;
- Leite;
- Queijo;
- Peixe;
- Iogurte;
- Carne;
- Abóbora;
- Agrião;
- Mandioca;
- Alho;
- Alface;
- Batata inglesa;
- Aspargo;
- Brócolis;
- Beterraba;
- Berinjela;
- Cenoura;
- Quiabo;
- Vagem;
- Castanha-de-caju;
- Castanha-do-pará;
- Amêndoas;
- Amendoim;
- Aveia;
- Feijão;
- Ervilha;
O que não entendo é que o ácido glutâmico (glutamato), encontrado nestes alimentos, é um aminoácido
importante para o bom funcionamento do cérebro, e fundamental para originar
outras substâncias essenciais e fundamental para o processo de formação do
músculo.
Então, como não desprezar sua importância para o bom funcionamento do corpo e ao mesmo tempo relacioná-los com a situação
de patologia do glutamato? Fiquei confusa. E aí o que vocês acham? Se eu
encontrar a resposta falarei para vocês. Mas se encontrarem primeiro me avisem. Até quinta com ela.
Fontes:
Oda, Adriana Leico, et al. Livreto Informativo ELA
– Esclerose Lateral Amiotrófica.
Atualização
2018. São Paulo, 2018. 90 p.
Zanin,Tatiana.Alimentos ricos em Ácido Glutâmico.Disponível em:https://www.tuasaude.com/alimentos-ricos-em-acido-glutamico/.
Acesso: 29 de mai. 2019.
Entenda a diferença entre ácido glutâmico
(glutamato) e glutamato monossódico.Disponível em:http://www.portalumami.com.br/2013/01/entenda-a-diferenca-entre-acido-glutamico-glutamato-e-glutamato-monossodico-2/.
Acesso: 29 de mai. 2019.
Excelente Michele. Parabéns.
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