quinta-feira, 25 de abril de 2019


Quando a esclerose lateral amiotrófica entristece


 Olá, amigos! Se a tristeza atinge a todos sem distinção de etnia, credo, classe social e até quem goza das faculdades físicas e mentais, não seria diferente com os portadores da ELA.

Ao receber o diagnóstico da doença esclerose lateral amiotrófica a pessoa fica arrasada, perde o chão e pode entrar em cinco fases definidas pela psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross, que são:  negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

 De forma resumida essas fases significam:   

Fase 1) Negação – nega o problema.

Fase 2) Raiva - se revolta e se sente injustiçada.

Fase 3) Barganha – negocia possíveis situações.

Fase 4) Depressão – se torna melancólica e impotente diante da situação.

Fase 5) Aceitação – ver a realidade como realmente ela é, e se dispõe a enfrentar a perda.

Tais fases contribuirão para um processo essencial que preencherá o vazio deixado por qualquer perda. E não é necessário passar por todas elas, em alguns casos pode ocorrer a estagnação em uma delas. Nesse processo, o psicólogo, junto com o paciente, identificará qual a fase e o melhor caminho para vivencia-la.

Uma forma que o astrofísico Stephen Hawking encontrou para não se entristecer diante dessa doença, foi relembrar um episódio que vivenciou quando ficou internado em um hospital para saber qual era seu problema de saúde. Lá ele conheceu, de longe, um menino que há anos lutava contra a leucemia. E um dia ele veio a falecer em sua frente.

Foi uma experiência ruim, mas que o ajudou a refletir que havia pessoas em situação pior do que a dele. E o tempo que conviveu com a ELA, 55 anos, quando se via em situações de ter pena dele mesmo, se lembrava desse menino.

Pegando o embalo de Stephen, e utilizando a famosa balança onde poderemos colocar o que é bom e ruim em nossas vidas, nos ajudará a percebermos leveza em nossos problemas. Por exemplo:

A faixa etária para uma pessoa desenvolver a esclerose lateral amiotrófica esporádica é entre os 50 anos, o Stephen, quebrou essa possível regra, pois foi diagnostico aos 21 anos de idade. E desde então ele viveu sua vida da melhor forma possível.

Casou-se, teve filhos, realizou-se profissionalmente, teve perdas e ganhos como qualquer pessoa saudável. Mas imaginem vocês, tudo isso, ao longo de 55 anos com a doença. E quando a pessoa é diagnosticada a partir dos 50 anos?

Significa que ao comparar com o diagnostico prematuro de Stephen, que foi aos 21 anos, essa pessoa viveu 29 anos fazendo tudo o que Stephen fez, mas sem essa doença. Não foi melhor? Viveu 29 anos ou melhor, viveu 50 anos de sua vida sem a ELA. E a ELA estava lá, quietinha dentro dele, sem que ele soubesse.

Meu irmão, Profº Wellington Silva, motivo pelo qual existe este blog, foi diagnosticado com essa doença, no ano passado, aos 51 anos. Desde então, tem colocado em sua balança todas as coisas boas que a vida tem lhe dado para enfrentar essa doença da melhor forma possível.

Quando a dor é forte, física ou emocionalmente, se apega a Deus e as pessoas que o amam. A medicina tem sido uma bênção também. A equipe multidisciplinar da Escola Bahiana de Medicina tem dado excelente apoio nesse processo, sempre muito atenciosos e calorosos com ele. Minha eterna gratidão!

Até quinta, meus amigos! E lembrem em orar por meu irmão, para que suas orações sejam balsamos suave em sua vida.  

FONTES:

psicologiamsn.com. As 5 fases do luto (ou sobre a morte) de Elisabeth Kubler-Ross. Disponível em:https://www.psicologiamsn.com/2014/09/as-5-fases-do-luto-ou-sobre-a-morte-de-elisabeth-kubler-ross.html. Acesso em: 24 de mai de 2019.

Hawking, S. W. (Stephen W.), 1942- Minha breve história/ Stephen Hawking; tradução alexandre Raposo, Julia Sobral Campos; Maria Carmelita Dias. - 1.ed. - Rio de Janeiro: Intrinseca, 2013. 144p. ; 21 cm.