Olá, amigos e amigas dos
portadores da ELA, há quanto tempo, hein! Voltamos com quinta com ELA. Mensagens
que são postadas todas as quintas-feiras sobre a doença Esclerose Lateral
Amiotrófica na perspectiva do meu irmão Wellington Silva, portador da ELA.
Obrigada pela sua companhia nos anos anteriores e desejamos tê-la, mais uma vez,
neste ano de 2020. Vamos a mensagem de hoje?
O enfrentamento religioso como coadjuvante no tratamento da ELA
As pesquisas apontam que a religião proporciona conforto, apoio e esperança as pessoas que são acometidas por uma doença física e mental. Contando com esses benefícios da religião que meu irmão, Wellington Silva, diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, desde 2018, tem encontrado forças para enfrentar essa doença. E é com
ele a mensagem de hoje.
“Situações estressantes, como
conviver com uma doença neurodegenerativa, trazem grandes desafios tanto aos
crentes como os descrentes. Inúmeros estudos mostram que muitos se voltam para
a fé e a religião em busca de conforto, esperança e propósito para a vida. Se
existe alguma força para enfrentar as provações, ela vem de Deus. Portanto, necessitamos
nos apegar a esse poder e ajudar aqueles que sofrem a fazer o mesmo.
As estratégias que desenvolvemos
para lidar com os problemas por meio da religião como uma maneira eficaz para
superar as adversidades são mais um benefício que a fé nos proporciona enquanto
vivemos nesta terra.
Há um grande número de estudos
realizados nas últimas décadas com o objetivo de mostrar que em momentos de
dificuldade, a maioria das pessoas recorre ao enfrentamento religioso para
lidar melhor com a dor e o sofrimento. As pesquisas revelam também que o enfrentamento
religioso positivo proporciona conforto, apoio e esperança quando uma pessoa é
acometida por uma doença física e mental.
Enfrentamento é um termo da
Psicologia que remonta aos tempos em que essa disciplina começou a ser estudada
como ciência moderna. Particularmente, depois de ser diagnosticado com
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), tenho testemunhado dos benefícios do
enfrentamento religioso como coadjuvante no tratamento desta doença. Além dos
cuidados de uma equipe de saúde multiprofissional, dos medicamentos e
suplementos, o apoio de uma comunidade religiosa tem sido muito importante em
mitigar o sofrimento emocional ocasionado pela doença.
No dia seguinte, após receber o
diagnóstico, comecei a receber a visita de muitos amigos que trouxeram uma
mensagem de conforto e oraram comigo. Como foi bom receber este apoio em um dos
momentos mais difíceis da minha vida.
Pouco tempo depois eu viajei para
São Paulo a fim de ser avaliado por outro neurologista. Num sábado à noite,
minha filha me enviou pelo Watsapp uma foto do grupo da terceira idade que
realizou uma vigília para orar por mim. Foi emocionante ver aquela foto. Eu estava
aos prantos e grato por saber que aquelas pessoas com quociente espiritual elevado
estavam intercedendo por mim.
Por duas vezes recebi a visita de
ministros do evangelho que foram meus alunos e pediram para me ungir. Muitos
pensam que a unção é apenas o ato de preparação de um paciente terminal para a
morte. Mas a unção é praticada como parte de um ritual com o intuito de exercer
influência espiritual, por vezes com a finalidade de abençoar ou mesmo curar.
Nos momentos em que a nossa fé
fica fragilizada, é maravilhoso saber que existem pessoas que se importam com a
gente. Quero concluir agradecendo aos meus familiares, amigos, alunos e ex-alunos,
irmãos de fé e até mesmo pessoas desconhecidas que ao saberem da minha doença,
têm orado continuamente por mim. Saibam que estas orações têm me sustentado e
enchem o meu coração de esperança.” Até quinta com ELA!