Nos bastidores
(tratamento alternativo)
Por: Wellington Silva
Olá, amigos e amigas de quinta com ELA e Demais
doenças! Na semana passada a minha irmã Michele postou um vídeo mostrando como
foi a nossa luta nesses últimos 3 meses fazendo um tratamento alternativo para
tentar frear a evolução da doença que eu tenho que é a esclerose lateral amiotrófica
mais conhecida como ELA.
Adentrando ainda mais nessa mensagem, gostaria
de falar um pouco mais sobre os desafios que enfrentamos e como Deus nos ajudou
a superar cada um deles. Começo falando dos preparativos da viagem que foram
tensos. Havia me mudado recentemente para minha casa. As coisas ainda estavam
se ajeitando.
O nosso voo estava marcado para o dia 14 de
dezembro de 2020, dois dias antes a minha esposa havia perdido um tio muito
querido para a Covid-19. Para viajarmos para os Estados Unidos era necessária
uma autorização do Consulado Americano, só que ela não chegou, mesmo assim, nós
viajamos no dia 14 de dezembro de Salvador para São Paulo. No aeroporto de
Guarulhos, descobrimos que não poderíamos embarcar para os Estados Unidos.
A situação ficou muito tensa, não sabíamos o
que fazer. Se ficávamos na capital, em um hotel, mas não sabíamos quanto tempo
levaríamos para esperar a autorização do Consulado Americano. Então, decidimos
pegar um táxi que nos levou até a casa dos meus sogros na cidade de Engenheiro
Coelho.
Não sei como tubo coube dentro daquele taxi,
pois tinha malas, meu andador e sem falar da minha cadeira de rodas que tomava
bastante espaço. Gentilmente, o motorista arrumou tudo e felizmente tudo
coube. Ele nem reclamou em ver minha
esposa e minha irmã Michele esmagadinhas nos assentos traseiros. Um motorista
enviado por Deus que se compadeceu com a nossa situação.
Ao chegar na casa dos pais da minha esposa
observamos o quanto minha sogra estava abatida e sob efeito de tranquilizantes.
Naquela noite tive uma crise de ansiedade muito grande, eu gritava de dor, as
cãibras foram mais intensas, e ao pensar na possibilidade de contrair covid, ou
minha esposa, me deixou ainda mais desesperado.
No dia seguinte, após tomar um calmante, eu me
senti melhor e resolvi continuar a viagem para fazer o tratamento. Sem que
soubéssemos, Deus já estava providenciando um meio para podermos viajar através
de uma advogada Americana e a viagem aconteceu no dia 17 de dezembro quando
finalmente recebemos a autorização do Consulado Americano.
A estada na casa dos meus sogros, na verdade,
foi providência divina, pois ao sairmos de lá minha sogra estava com outro
aspecto. Parou de tomar os tranquilizantes e estava mais disposta. E até
resolveu nos levar ao aeroporto. Vestiu um macacão ocre, sapatos e bolsa preto
envernizado, e uma maquiagem alto astral. O tempo que estivemos lá ajudou a
tornar o luto mais leve.
Foram mais de 24 horas viajando e quando
chegamos em San Diego nós já tínhamos que nos preparar para uma outra viagem de
carro que levaria 10 horas até a cidade de Sacramento, capital da Califórnia,
onde eu iniciaria o tratamento.
Foram dois meses e meio e graças a Deus
conseguimos concluir o tratamento e voltamos para casa sem pegar covid. Sem
esquecer que conseguimos fazer o teste da covid, o RT-PCR, e gratuitamente. O
resultado foi dado antes de 24 horas, dentro das 72 horas que o governo
brasileiro está exigindo para apresentar na hora do embarque para o Brasil.
Gratidão a todos os anjos que Deus colocou no
meu caminho para fazer esse tratamento que foram: o taxista em São Paulo, os
funcionários da companhia aérea American Airlines que gentilmente nos atenderam
e nos orientaram no aeroporto. Vimos o quanto eles ficaram tristes em nos ver
indo embora.
Ao Dr. Crose e sua esposa, que suas mãos e
compaixão alcancem os altos céus. Agradeço também a médica e a farmacêutica de San
Diego, o que vocês fizeram por mim, até hoje, me permite ter mais qualidade de
vida.
Minhas irmãs Jaqueline e Michele, meu cunhado
Amilcar, meu sobrinho Pedrinho que as vezes quebrava um galho, minha querida
esposa e amigos e amigas que me encheram de felicidades com suas visitas e
orações, minha eterna gratidão.
Por fim, mesmo em meio às dificuldades nós
pudemos ver a mão de Deus atuando em nossas vidas. Até quinta com ELA e Demais
doenças.