ELA E
DOENÇAS FALCIFORMES
Oi, amigos e amigas! Quinta com ELA e demais Doenças de hoje falará sobre anemia falciforme. Vamos lá?
Muitas
vezes somos tentados a pensar que os nossos problemas são maiores do que os
dos outros. Achamos que a nossa doença também é pior do que as doenças dos
outros, mas na verdade nenhuma doença é pior do que outra. Porque eu estou
dizendo isto? Depois que eu fui diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica
(ELA) comecei a pensar se existiam outras doenças capazes de nos fazer sofrer
tanto quanto a ELA.
Na
verdade, existem doenças tão graves quanto a ELA, a diferença é que cada um de
nós sente a dor de um jeito diferente. Cada dor é única e incomparável.
Deixe-me dar um exemplo de um grupo de doenças que eu ESTUDO HÁ QUASE 20 ANOS.
As Doenças Falciformes são um conjunto de doenças em que há a presença de pelo menos um gene da Hemoglobina S. A hemoglobina S é o resultado de uma mutação no gene da Beta globina da molécula de Hemoglobina. Assim, o formato da hemácia que deveria ser um disco bicôncavo, passa a ter um formato de meia lua ou foice. E isso, é ruim. Porque a hemácia com formato de foice não consegue se ligar ao oxigênio, por isso, que os pacientes sentem muitas dores no corpo e ficam indispostos, cansados, com mais frequência.
Ela surgiu na África e com a escravização dos africanos, durante o período colonial, acabaram se espalhando para as outras partes do mundo. A Bahia é o estado com maior número de casos no Brasil. A incidência é de 1 caso para 260 nascimentos no estado.
No Recôncavo Baiano esta frequência é ainda maior. No município de Cachoeira, por exemplo, a incidência é de 1 caso para 134 nascimentos ao ano. Não é diferente na Ilha de Itaparica - BA. Nos bairros da URBES e Marcelino encontramos pessoas que têm anemia falciforme. Um relato de uma moradora da URBES diz que seu esposo nasceu com o traço e sua filha e neto com a doença anemia falciforme. Nascer com o traço ou com a doença, são questões que iremos falar ao longo das mensagens Quinta com ELA e demais Doenças.
Mas
existem alguns cuidados básicos que os pacientes e os seus familiares podem ter
para evitar as crises álgicas, são elas: hidratação, manter o boletim de
vacinação em dia, tomar ácido fólico, fazer exercícios de forma moderada e, é
claro, procurar sempre ir ao médico em um centro de referência.
Em
Salvador, o centro funciona na Avenida 2 de Julho. Também existem centros de
referência multidisciplinares que tratam os pacientes com doenças falciformes
em São Francisco do Conde, Camaçari, Feira de Santana e Itabuna.
É importante destacar que nesta época de pandemia da covid-19 os pacientes com doenças falciformes, também, fazem parte do grupo de risco, porque apresentam problemas respiratórios. Então, todo cuidado é importante. Principalmente, nesta época em que os pacientes devem ficar em casa para manter o distanciamento social, lavar as mãos e usar máscaras quando necessário.
Caso
algum paciente com doença falciforme apresente febre ou dor deve procurar um
centro de referência ou unidade de saúde para prevenir problemas mais graves como a síndrome
torácica aguda em que o paciente pode evoluir de uma gripe para uma pneumonia
em poucas horas. Observem que tal crise pode ser, facilmente, confundido com Covid-19.
Para finalizar, gostaria de ressaltar, mais uma vez, que cada doença é única e, portanto, devemos desenvolver EMPATIA com todos aqueles que sofrem. Não importa qual seja a sua doença. Até quinta com ela e demais doenças. E se cuidem.